O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York, levanta preocupações sobre a eficácia da Agenda 2030 da ONU e destaca a desigualdade como o principal desafio global.
Lula inicia seu pronunciamento alertando que a Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU pode estar enfrentando um grande revés. Ele enfatiza que a desigualdade é a questão central que a humanidade precisa enfrentar e que os líderes políticos devem ser inspirados pela indignação perante problemas como a fome, a pobreza, a guerra e a falta de respeito aos direitos humanos.
O ex-presidente argumenta em favor de uma reforma no sistema de governança global e destaca que a comunidade internacional está enfrentando uma série de crises simultâneas, incluindo a pandemia da COVID-19, a crise climática e as questões relacionadas à segurança alimentar e energética. Ele acredita que essas crises são amplificadas pelas crescentes tensões geopolíticas.
Lula afirma que a desigualdade é o cerne desses desafios e que a Agenda 2030, apesar de ser a iniciativa mais abrangente da ONU para o desenvolvimento sustentável, está progredindo lentamente em direção a suas metas. Ele argumenta que a redução das desigualdades, tanto dentro como entre os países, deve ser o objetivo central da Agenda 2030.
O ex-presidente enfatiza a importância da indignação como força motriz para enfrentar a desigualdade e transformar o mundo para melhor. Ele pede aos líderes mundiais que proclamem sua indignação diante da desigualdade e trabalhem incansavelmente para superá-la, destacando o papel fundamental da ONU nesse processo.
Lula também destaca as iniciativas do Brasil para enfrentar os desafios globais, como o combate à fome, a implementação do Bolsa Família, a taxação dos super-ricos, a igualdade salarial entre homens e mulheres, a luta contra o feminicídio e a defesa dos direitos das comunidades LGBTQI+ e das pessoas com deficiência. Ele reforça o compromisso do Brasil em implementar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível, incluindo a busca pela igualdade racial como um décimo oitavo objetivo.
Além disso, Lula destaca a importância do combate às mudanças climáticas e faz um apelo para que os países ricos cumpram seus compromissos, incluindo a doação de US$ 100 bilhões por ano para a preservação das florestas em países em desenvolvimento. Ele ressalta que essa promessa continua não sendo cumprida adequadamente.
Em sua conclusão, Lula enfatiza que é possível alcançar um modelo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável, destacando as energias limpas como parte dessa solução. Ele menciona a Cúpula da Amazônia realizada em Belém e a importância da soberania territorial na busca por soluções para o desmatamento.
O debate geral da Assembleia Geral da ONU deste ano tem como tema central a reconstrução da confiança e a solidariedade global para acelerar a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Lula, como tradição, fez o primeiro discurso, seguido pelo presidente dos Estados Unidos. Esta é a oitava vez que Lula participa do debate geral dos chefes de Estado na ONU, demonstrando seu compromisso contínuo com questões globais importantes.
Fonte: Agência Brasil