Acontecimento Histórico: Câmara de São Paulo cassa mandato do vereador Camilo Cristófaro por racismo
A Câmara Municipal de São Paulo tomou uma medida histórica ao cassar o mandato do vereador Camilo Cristófaro, do partido Avante. O motivo para essa decisão foi a quebra de decoro parlamentar, resultado de um discurso racista proferido por Cristófaro durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em maio do ano passado. Esse episódio marca um momento significativo, pois é a primeira vez na história que um vereador perde seu mandato por racismo na cidade de São Paulo.
A decisão de cassar o mandato de Cristófaro foi apoiada por uma ampla maioria de 47 dos 55 vereadores presentes na votação. Houve cinco abstenções, uma ausência e nenhum voto contrário. O quórum necessário para a cassação era de 37 votos, o que representa dois terços dos parlamentares. É importante destacar que tanto Camilo Cristófaro quanto a vereadora Luana Alves (PSOL) não puderam votar, pois eram partes do processo em questão. A sessão de julgamento do vereador teve duração de aproximadamente três horas.
O presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União), enfatizou a gravidade da decisão ao afirmar que cassar o mandato de um parlamentar não é algo feito com prazer, mas sim uma medida que demonstra a seriedade do órgão legislativo. Ele ressaltou que a mensagem transmitida pela maior Câmara Municipal da América Latina é um firme “não” ao racismo e a todas as formas de preconceito. O presidente destacou que tais atitudes não podem mais ser toleradas, dentro e fora da Casa.
Durante a sessão de julgamento, Camilo Cristófaro defendeu-se das acusações, negando ser racista e argumentando que nunca havia sido chamado de racista em qualquer lugar da cidade. Ele também mencionou a composição de sua equipe de gabinete, que inclui 60% de negros, e afirmou que a maioria das pessoas beneficiadas por suas obras na cidade é composta por negros.
O episódio que levou à cassação do mandato de Cristófaro ocorreu em maio do ano passado, quando o vereador participava remotamente de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo. Durante a sessão, o microfone de Cristófaro estava aberto, e uma declaração racista acabou sendo ouvida: “Não lavaram a calçada, é coisa de preto, né?”.
Com a cassação de Camilo Cristófaro, o primeiro suplente do PSB, Adriano Santos, assumirá o mandato. Essa decisão marca um passo importante na luta contra o racismo e a promoção da igualdade de direitos na cidade de São Paulo.
Fonte: Agência Brasil