A partir desta quarta-feira, 20 de setembro, a Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio do seu Centro de Artes, inaugura a 13ª edição do Festival Interculturalidades, que promete tomar conta de Niterói com uma série de atrações inteiramente gratuitas. Este evento surge como resultado de uma colaboração entre a Fundação de Arte de Niterói (FAN) e a universidade, após a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre as duas instituições. Essa parceria, de natureza científica, artística e cultural, tem como objetivo principal fortalecer as políticas culturais vinculadas às comunidades locais e à cidade, revitalizando a cena artística do município.
O Festival Interculturalidades 2023 se estenderá até o dia 1º de outubro, oferecendo uma programação completa disponível no site do Centro de Artes UFF e no portal Cultura Niterói.
Neste ano, o tema escolhido para o evento é “Inventação”, uma celebração da criatividade e inovação artística. Segundo Leonardo Guelman, superintendente do Centro de Artes UFF e curador do projeto, a palavra “inventação” foi inspirada no escritor Guimarães Rosa e serve para explorar a ideia de que a arte está constantemente em processo de criação e reinvenção. A arte tem o poder de dar significado ao mundo e, após os desafios dos últimos anos, o Brasil está em busca de um novo sentido, profundamente ligado à multiplicidade de expressões e à diversidade de culturas. A inventação do Brasil emerge de suas raízes e da diversidade de seu povo.
Durante o festival, os visitantes poderão desfrutar de uma variada programação que reúne tanto ícones da poesia brasileira, como o tropicalista Tom Zé, quanto talentos emergentes do hip-hop, como Rico Dalasam e N.I.N.A. Além disso, o evento apresentará mestres renomados, como o sambista Nei Lopes e Cátia de França. Haverá também espetáculos, como o Kabaret KarióKa – Teatro do Anônimo, e projeção de filmes, como o Cine Orquestra O Circo – Chaplin.
No aspecto filosófico, o festival contará com a conferência “Semear Palavras”, ministrada por Antônio Bispo dos Santos, também conhecido como Nêgo Bispo. Ele é um renomado pensador quilombola e filósofo do Piauí, cujas ideias têm impacto significativo nas comunidades tradicionais do Brasil. A presença de Nêgo Bispo visa a estimular novas perspectivas sobre a territorialização do Brasil e a vida social, promovendo inovação a partir da tradição.
A programação diária será aberta com shows de artistas de Niterói, como André Jamaica e Joca, tornando o festival acessível a todos. Além disso, o evento envolverá diversas expressões culturais, incluindo apresentações musicais, teatro, conferências, cursos e desfiles, com a participação dos coletivos artísticos Orquestra Sinfônica Nacional UFF e Companhia de Ballet de Niterói.
Outro destaque é a exposição “Afetividades e Olhares”, que apresenta o trabalho de 12 fotógrafas brasileiras contemporâneas de diferentes estados do país. Essa exposição é uma extensão do projeto “Galeria Mundo”, realizado anteriormente em três cidades fluminenses.
O festival também oferecerá cursos de percussão e oficinas de teatro com Amir Haddad, entre outras atividades. O encerramento do evento está programado para o dia 1º de outubro, na Rua Presidente Domiciano, em frente ao Solar do Jambeiro.
Fernando Brandão, presidente da Fundação de Artes de Niterói, ressalta a importância desse projeto para a cidade, destacando que as atividades não se limitam aos equipamentos culturais, mas também ocupam os territórios, praças e ruas de Niterói, promovendo interações valiosas entre artistas renomados e tradicionais, músicos e a comunidade local. A prefeitura reconhece o valor de ocupar não apenas espaços culturais, mas também os locais públicos com eventos como o Interculturalidades.
Fonte: Agência Brasil