O mês de julho registrou uma desaceleração notável no consumo de bens industriais no Brasil, com uma queda de 2,5%, em contraste com o aumento de 1,4% observado em junho deste ano. Essa análise é baseada nos dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados nesta terça-feira (18). O Ipea monitora a parcela da produção industrial brasileira e das importações direcionadas ao mercado doméstico.
A diminuição na taxa de consumo entre junho e julho foi impulsionada principalmente pelo recuo de 3,5% no consumo de bens industriais nacionais, enquanto o consumo de bens importados teve um modesto crescimento de 0,2%.
Setores específicos da indústria também enfrentaram desafios, com uma queda significativa de 16,6% na demanda por produtos da indústria extrativa mineral e uma diminuição de 1,8% na demanda por produtos da indústria da transformação. Entre os 22 segmentos da indústria da transformação, treze deles registraram redução na demanda, incluindo produtos de fumo (-13,8%), artigos de vestuário e acessórios (-8,2%) e máquinas e equipamentos (-7,1%). No entanto, houve destaque para atividades com aumento na demanda, como outros equipamentos de transporte (22,5%) e produtos alimentícios (2,2%).
Analisando as quatro grandes categorias econômicas, observa-se que duas delas apresentaram queda: bens de capital, que incluem máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (-5,7%), e bens intermediários, representando os insumos industrializados utilizados na produção (-2,4%). Por outro lado, os bens de consumo tiveram um desempenho mais positivo, com um aumento de 4,6% em bens duráveis e 1,4% em bens semi e não duráveis.
Essas tendências econômicas recentes sinalizam desafios significativos no setor de bens industriais no Brasil, e a análise desses dados pode fornecer insights valiosos para os formuladores de políticas e empresas que buscam entender e se adaptar ao ambiente econômico em constante mudança.
Fonte: Agência Brasil