No evento da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a premente necessidade de lidar com os desafios globais que são as mudanças climáticas e a desigualdade. Relembrando sua primeira participação no evento em 2003, Lula destacou a transformação da crise climática de uma ameaça distante para uma realidade incontestável que afeta diretamente a vida das pessoas em todo o mundo.
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“Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perda e sofrimento aos nossos irmãos, sobretudo aos mais pobres”, afirmou Lula.
Além disso, o ex-presidente expressou suas condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia e o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Lula também abordou a questão da desigualdade global, apontando para a falta de vontade política e a resignação por parte daqueles que governam o mundo como obstáculos a serem superados. Ele enfatizou a persistência da fome como um problema crítico, afirmando que 735 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam a incerteza de ter comida suficiente para a próxima refeição. Além disso, ele destacou a crescente disparidade de riqueza, observando que os dez maiores bilionários acumulam mais riqueza do que os 40% mais pobres da população global.
O tema central do debate geral deste ano na ONU é “Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerando ações para a Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável rumo à paz, prosperidade, ao progresso e à sustentabilidade para todos”. Este debate oferece aos chefes de Estado a oportunidade de compartilhar suas visões e preocupações em relação ao sistema multilateral.
A tradição de abertura do debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas começa com o discurso do governo brasileiro, seguido pelo presidente dos Estados Unidos, mantendo-se desde os primórdios da organização, na década de 1940.
Este é o oitavo discurso de abertura do debate geral feito pelo presidente Lula, que participou do evento anualmente durante seus dois mandatos anteriores, de 2003 a 2009. Em 2010, ele foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
Lula chegou a Nova York no sábado passado (16) e participou de reuniões com empresários e autoridades estrangeiras. Amanhã (20), ele se encontrará com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e também terá um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para lançar uma iniciativa global em prol do trabalho decente.
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