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Desafios em Territórios Indígenas: Ameaças e Estratégias de Resistência

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No coração da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, no Pará, reside a comunidade arara, com uma população de aproximadamente 100 pessoas. No entanto, mais de 3 mil não indígenas estabeleceram residência ilegalmente na região, comprometendo o acesso dos arara à sua aldeia, que agora é acessada através da vila dos ocupantes irregulares.

Essas preocupações foram minuciosamente documentadas em um relatório lançado recentemente em São Paulo por organizações como a Conectas Direitos Humanos, o Instituto Maíra e grupos de representação indígena, como a Associação Etnoambiental Kanindé, a Jupaú – Associação do Povo Indígena Uru-eu-wau-wau e a Kowit – Associação Indígena do Povo Arara da Cachoeira Seca.

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Outras situações críticas foram destacadas no relatório, incluindo as Terras Indígenas Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, e Sete de Setembro, em Rondônia e Mato Grosso. Nestas terras, povos indígenas enfrentam ameaças à sua existência, alguns deles recentemente aceitando contato com pessoas de fora de suas comunidades, enquanto outros optam pelo isolamento voluntário.

Julia Mello Neiva, diretora de Fortalecimento do Movimento de Direitos Humanos da Conectas, salienta a disposição das lideranças indígenas em buscar soluções, incluindo a desintrusão, ou seja, a retirada dos invasores. No entanto, elas também expressam receios de que os invasores retornem após a expulsão.

Além disso, o relatório destaca uma violação significativa do princípio de autodeterminação dos povos indígenas nessas regiões, onde suas vidas e modos de vida são influenciados por invasores, incluindo madeireiros, grileiros, garimpeiros e fazendeiros.

O impacto desse desmatamento é evidente, com a diminuição da caça, poluição dos rios e escassez de peixes, afetando a liberdade dos indígenas de explorar seu próprio território.

O relatório também revela que os arara enfrentam ameaças constantes, como o trágico caso de Karaya Arara, encontrado morto no rio Iriri em 2000, dias após seu desaparecimento ser reportado.

Apesar das pressões crescentes, a TI Uru-Eu-Wau-Wau é uma das prioridades do governo federal em termos de desintrusão, mas os indígenas continuam sofrendo ataques de grileiros e madeireiros.

Ivaneide Bandeira Cardozo, da Kanindé, relata o clima de tensão constante, com invasores desafiando as autoridades e colocando em risco a vida dos indígenas. Ela destaca a necessidade de reconhecer as agressões como violações de direitos dos indígenas e a importância de avançar com processos judiciais para responsabilizar os agressores.

A proteção dos povos indígenas não é apenas uma questão de justiça, mas também uma necessidade para a preservação da humanidade. É hora de agir e defender os direitos dos povos indígenas e a integridade de seus territórios. A Agência Brasil procurou o Ministério dos Povos Indígenas e a Funai para comentar as questões levantadas no relatório, mas não recebeu retorno até o momento desta publicação.

Fonte: Agência Brasil

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