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Comunidade de Boipeba: Certificação de Remanescente de Quilombo

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A Fundação Cultural Palmares oficializou hoje a Comunidade de Boipeba, localizada no município de Cairu, sul da Bahia, como um remanescente de quilombo, conforme publicado no Diário Oficial da União. Esta decisão histórica será devidamente registrada no Livro de Cadastro Geral.

Boipeba abriga quatro comunidades quilombolas, incluindo aquela que carrega o nome da ilha, Moreré, Monte Alegre e São Sebastião, conhecida como Cova da Onça. A ilha é parte do município arquipélago de Cairu, que compreende também as ilhas de Tinharé, Cairu e outras, totalizando uma população de 17.761 habitantes, conforme o Censo de 2022.

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Para Benedito da Paixão Santos, conhecido como Bio e morador local, a notícia da certificação trouxe imensa alegria às 190 famílias de Boipeba. Ele compartilhou: “Houve até lágrimas de emoção, pois é o reconhecimento do que realmente somos”.

Boipeba é uma das regiões mais antigas e densas em cultura afrodescendente, manifestada em suas expressões artísticas, religiosas e estilo de vida. Festas como Iemanjá, Divino, Zambiapunga e Bumba Meu Boi são fundamentais para manter vivo o vínculo com suas raízes.

Além das belezas naturais da ilha, o turismo é a principal fonte de sustento das famílias locais. Bio observa que a pesca e a agricultura de subsistência também desempenham papéis importantes na comunidade, pois grande parte do que é produzido e pescado abastece as mesas dos visitantes.

No entanto, Cairu enfrenta desafios socioeconômicos, com uma média salarial de 1,7 salário mínimo em 2021 e apenas 18,1% da população ocupada, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O reconhecimento das origens da Comunidade de Boipeba abre novas possibilidades de acesso a políticas públicas, como Bio destaca: “Foi uma luta para dar esse passo. Nada é fácil aqui. Nosso direito era negado por falta desse documento, agora podemos comprovar nossa identidade”.

Fonte: Agência Brasil

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