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Caso Samarco: Vítimas da Tragédia Buscam Justiça – Histórias Pessoais Reveladas

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Após o rompimento da barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG), que completa quase oito anos, o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) lançou a campanha “Revida Mariana”. O objetivo da iniciativa é destacar histórias pessoais e cobrar justiça para as vítimas desse desastre ambiental que afetou dezenas de comunidades e municípios.

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Priscila Izabel, uma sobrevivente da tragédia, compartilha seu relato emocionante: “Eu só travei a Emanuele aqui, segurei o Caíque aqui e disse: ‘segura na roupa de titia’. E eu olhava para um lado, olhava para o outro e não via ninguém.” Priscila tentou proteger sua sobrinha Emanuele, que, aos 5 anos de idade, perdeu a vida na tragédia. Além disso, Priscila estava grávida na época e sofreu um aborto algum tempo após o desastre.

A campanha “Revida Mariana” reúne relatos como o de Carlos Arlindo, morador de Bento Rodrigues, um dos distritos arrasados em Mariana. Ele descreve a rapidez com que perdeu sua casa: “Demorei 15 anos para construir minha casa. Ela foi embora em 15 minutos.”

A iniciativa também destaca a voz de Michele de Fátima, uma quilombola, que lamenta a interrupção de práticas culturais e econômicas após o desastre: “Meus tios, que moram na comunidade de Crato, eram faisqueiros. Essa prática foi interrompida. Então, como que um filho vai poder acessar essa parte da nossa história, da nossa cultura? Não é preço. É valor.”

A campanha “Revida Mariana” busca cobrar por justiça e dar voz às vítimas, compartilhando suas histórias. O conteúdo está disponível em um hotsite e nas redes sociais, trazendo a voz sofrida daqueles que perderam tudo e clamam por uma justiça que tarda em chegar.

Apesar do acordo firmado em 2016 para reparar os danos causados pela tragédia, a insatisfação persiste, e as ações judiciais se acumulam. O MAB destaca que o poder de decisão das vítimas é fundamental para uma reparação efetiva. Enquanto isso, milhares de pessoas buscam reparação na Justiça do Reino Unido, processando a BHP Billiton e, possivelmente, a Vale.

As audiências que avaliarão a responsabilidade das mineradoras acionistas estão marcadas para outubro de 2024 no Reino Unido. O MAB mantém a esperança de que as vítimas serão ouvidas e que a justiça será feita. A BHP Billiton refuta os pedidos apresentados, alegando avanços no pagamento de indenizações no Brasil.

Procurada pela Agência Brasil, a Fundação Renova não se posicionou sobre a campanha do MAB. A Samarco reafirma seu compromisso com a reparação integral dos danos, destacando os recursos investidos até o momento.

Fonte: Agência Brasil

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